Negação - Centro de Linguística da Universidade NOVA de Lisboa

Cadernos WGT: Negação

Moreno, António, org. (2010). Cadernos WGT: Negação. Lisboa: NOVA FCSH.

Apresentação

Se introduzirmos o termo ‘negação’ no catálogo eletrónico de uma qualquer biblioteca, obteremos referências em domínios tão díspares como filosofia, matemática, religião, psicologia, psicanálise, informática, política, história, e… linguística. Se restringirmos a busca a este último domínio, as referências obtidas poderão ser enquadradas nas mais diversas áreas do conhecimento linguístico: morfologia, lexicologia, sintaxe, semântica, pragmática, enunciação, análise textual, análise do discurso, psicolinguística… Em cada área, a negação relaciona-se com o respetivo objeto de análise, percorrendo todas as unidades, independentemente da sua dimensão: do morfema ao texto.
Por seu lado, a variedade e a abundância de termos que, nas línguas, podem ser entendidos como manifestações da negação são o reflexo do seu carácter transversal. Usando o português como exemplo, facilmente reconhecemos como negativos termos como não, nunca, ninguém…
No entanto, podemos também falar de negação a propósito dos prefixos e do seu estatuto gramatical; dos processos diacrónicos de gramaticalização subjacentes ao termo jamais; da configuração do complementar linguístico na distinção entre outro e o outro e na explicação do funcionamento das adversativas mas, porém e contudo; da estruturação inferencial de enunciados exclamativos; da noção de topoi como contribuição para a superação da distinção entre negação metalinguística e polémica.
Refletir sobre a negação linguística, em algumas das suas múltiplas dimensões, foi o objetivo do 7.º WG&T, que teve lugar no dia 21 de novembro 2009. Este volume reúne os textos das contribuições que então foram apresentadas.

António Moreno